No último sábado, 21 de setembro, foi realizado o Festival Internacional de Esporte Adaptado – Maestro/ITAIPU-PCD, um evento que marcou o Dia Nacional da Luta pelos Direitos da Pessoa com Deficiência. Com o apoio de diversas entidades e iniciativas públicas, o festival promoveu a inclusão por meio do esporte, reunindo centenas de atletas com diferentes tipos de deficiências, representando o Brasil, Paraguai, Argentina e Venezuela.
“O evento abriu um portal, uma porta para uma sociedade inclusiva”, afirmou Guto Mazine, coordenador do projeto Maestro da Bola/ITAIPU-PCD. “É o primeiro evento de esporte adaptado que realizamos nesse formato, e qualquer pessoa pode participar. Temos atletas com tetraplegia, paralisia cerebral, deficiência visual, auditiva e múltiplas, mostrando que o esporte é acessível para todos.”
O festival, realizado no Centro Escola Bairro Darci Pedro Zanatta, contou com a participação de atletas de cidades e países vizinhos, como Itaipulândia, São Miguel, Paraguai, Argentina e Venezuela.
Foram realizados amistosos em diversas modalidades, como basquete em cadeira de rodas, futebol de cegos, bocha paralímpica, natação paralímpica, atletismo, e o Dragon Boat (voltado para pessoas que passaram por mastectomia).
O impacto do festival reflete uma longa parceria entre o projeto Maestro da Bola e a Itaipu Binacional, como destacou Kleber Vanolli, gerente de responsabilidade social da empresa.
“O Maestro da Bola nasceu como uma ferramenta de inclusão social, e a Itaipu abraçou essa causa. Hoje, com o esporte adaptado, esperamos que nos próximos anos possamos ter representantes nas Paralimpíadas, mostrando o poder da inclusão por meio do esporte.”
Além das competições, o evento também foi uma oportunidade de descoberta para futuros atletas. Pedro Correa, embaixador do tênis de mesa, falou sobre a importância do festival.
“A interação dos atletas com outras crianças é visível. Isso faz bem para eles, e eventos como esse ajudam a divulgar as modalidades e o nosso trabalho. Já consigo ver novos atletas que poderemos treinar.”
Outro exemplo de como o esporte transforma vidas veio do atleta de 14 anos, Anderson Matteos, do badminton.
“Fiz um teste com o professor Fiori e, desde então, estou jogando com eles na Vila C. Já conquistei três medalhas, a primeira nos Jogos Escolares em Pato Branco. O badminton é meu lazer e meu momento de alegria.”
Fiori, embaixador do badminton, comentou sobre a importância de eventos como esse para o crescimento do esporte adaptado.
“O esporte adaptado tem um enorme potencial para mudar a vida dos paratletas. Muitas pessoas não conhecem modalidades como o parabadminton e não sabem que são acessíveis para elas. Recentemente, conquistamos nossa primeira medalha paralímpica no parabadminton, e eventos como este são fundamentais para revelar novos talentos.”
O goalball, esporte para deficientes visuais, também teve destaque. Pedro Abel da Silva, de 60 anos, falou sobre o impacto da modalidade em sua vida.
“Para mim, o goalball é autoestima, mobilidade, superação. O esporte nos ajuda a mostrar nossas capacidades e a ocupar nosso espaço na sociedade.”
Renata Pozzi, gestora do Maestro da Bola, explicou como o projeto cresceu desde sua criação.
“Inicialmente, queríamos atender 100 crianças em situação de vulnerabilidade social por meio do esporte. Hoje, atendemos 3 mil pessoas em todo o Paraná. O evento foi uma grande celebração da luta pelos direitos da pessoa com deficiência e do papel transformador do esporte.”